Quando conseguimos incluir Munique no nosso roteiro, decidimos que visitaríamos Dachau num bate e volta de Munique. Apesar de sabermos que seria triste visitar um lugar onde coisas tão terríveis aconteceram, consideramos também Dachau como se fosse um tipo de museu, cujo acervo revela um período cruel da história que jamais deve ser esquecido.
Dachau foi o 1º campo de concentração construído pelos nazistas em 1933, e está localizado numa cidade, também chamada Dachau, bem perto de Munique. Inicialmente, destinava-se aos presos políticos.
Como chegar no Campo de Concentração Dachau ?
Seguimos as dicas de vários blogs de viagem, e pegamos o trem S2, na estação central Hauptbahnhof, com destino à estação Peterschausen.
Usamos esse trem com o ticket já comprado anteriormente [3 dias para 3 adultos: 27,40 euros] e descemos na estação Dachau.
Seguimos o fluxo de passageiros, e, bem na saída, vimos a placa abaixo, que indicava ser ali mesmo onde ficava o ponto do ônibus 726.
Bem em frente à saída da estação, há vários pontos de ônibus. Em cada ponto de ônibus, há uma placa presa ao poste com o nº dos ônibus que param ali.
Na placa tem o trajeto em que o ônibus faz e os pontos onde ele para.
Entramos na fila do 726, que era o indicado para ir ao Campo de concentração.
As passagens desse ônibus são compradas com o motorista
[1,40 euros por pessoa, ida e volta], pois aquele ticket de 3 dias não vale para esse ônibus.
O trajeto dura uns 15 minutos, e pode-se observar como a cidade é bonitinha: arborizada e com muitas casas.
Dentro do ônibus há um painel [foto abaixo], onde é possível
acompanhar o trajeto. A parada "KZ-Gedenkstätte" é onde todos
os turistas, que vão a Dachau, devem descer.
O ônibus praticamente esvazia quando para nesse ponto, que fica em frente à entrada do Campo.
Esse é o portão de entrada, onde está escrito "Arbeit Macht Frei", que significa: "O trabalho liberta". Isso foi escrito em todos os portões de entrada dos demais campos de concentração.
Logo à direita, fica o prédio[abaixo] onde os prisioneiros eram cadastrados
ao chegar, e que hoje funciona como museu.
Muitos painéis com fotos, notícias de jornal e outros materiais ilustram a trajetória de dominação dos Nazistas, assim como a vida no campo de concentração.
As lojas que pertenciam aos judeus eram fechadas e as pessoas não
podiam mais fazer compras nas mesmas.
Além dos judeus, os ciganos, homossexuais e testemunhas de Jeová sofreram perseguição e se tornaram prisioneiros sendo enviados aos campos de concentração.
Os ciganos eram considerados "uma raça inferior" e "antissociais". Nos acampamentos, o triângulo marrom identificava os ciganos e o triângulo preto os considerados "antissociais".
As pessoas que seguiam a religião "Testemunhas de Jeová" ["Bibelforscher", também conhecidas como "Fervorosos estudantes da Bíblia"] foram perseguidas por causa de sua ideologia religiosa. Para os Nazistas, os ensinamentos religiosos tinham objetivos hostis ao Estado. Nos campos de concentração os "bibelforschers" eram identificados por um triângulo roxo costurado em suas roupas.
Os homossexuais também foram duramente perseguidos pelos Nazistas, que entendiam que não haveria a "reprodução" considerada fundamental para a perpetuação da "raça pura ou superior". Nos campos, o grupo era identificado por um triângulo rosa costurado em seus uniformes. Até mesmo os membros gays do Partido Nazista foram assassinados.
Que triste ter que conviver com um cartaz desses !
Alguns mapas mostrando as áreas dominadas pelos alemães em 1942.
O Campo tinha muitos prédios, como esse abaixo, onde ficavam os dormitórios dos prisioneiros. Deixaram apenas um para que as pessoas conhecessem.
Saindo do dormitório, caminha-se por uma área, hoje bonita, arborizada e ampla devido a demolição dos demais dormitórios.
O caminho leva a esse prédio, um tipo de capela.
Continuando a caminhar para o lado esquerdo, atravessamos uma mini ponte que fica sobre um fosso e por uma cerca de arame farpado, que mostra como o campo era cercado para evitar as fugas. Se algum prisioneiro chegasse à área gramada, próxima à cerca, era fuzilado da guarita. Alguns presos faziam isso levados pelo desespero.
Junto ao muro existem torres de vigia como essa.
Do outro lado ficavam as câmaras de gás, os crematórios e as salas de desinfecção das roupas.
Quando as forças aliadas chegaram em 1945, os soldados americanos ficaram em estado de choque com o que encontraram, muitos corpos amontoados, e, num ato de descontrole, começaram a atirar contra os soldados alemães.
Aí, ainda, viviam 32 mil prisioneiros.
Ao lado dos crematórios, em uma área arborizada, colorida pelo outono, talvez para quebrar um pouco o impacto de tudo visto, até então, está o monumento com os dizeres : DO NOT FORGET.
O Memorial "O Prisioneiro Desconhecido", de autoria de Fritz Koelle, tem uma inscrição: "Para honrar a morte, para alertar os vivos ".
Abaixo, a rua onde fica o Campo Dachau e os visitantes aguardando o ônibus para retornarem à estação de trem.
Durante a visita predominou o silêncio, o que me pareceu um sinal de respeito aos que ali sofreram e morreram.
FOTOS : J.C. ALVAREZ
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Momento triste da humanidade que não pode ser esquecido. Deve ter uma carga emocional muito intensa, mesmo tantos anos depois.
ResponderExcluirOlá, Luis Felipe
ExcluirDachau é um lugar que precisa ser visitado,mas é um lugar que guarda momentos tristes da história.
Muito interessante seu post sobre o Campo de Concentração de Dachau, tenho muita vontade de conhecê-lo também, gostei das dicas para fazer este bate e volta de Munique. Espero ter uma oportunidade de visitar este lugar no futuro. Muito triste tudo que aconteceu lá, mas precisamos conhecer a história para que ela não se repita jamais.
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